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Como o Vício em Telas Está Afetando Seu Cérebro (E Você Nem Percebe)

Você sente que está esquecendo mais coisas? Que foco sumiu e o tempo voa sem você peceber?

Se sim, você não está sozinha. Cada vez mais pessoas têm relatado dificuldade para memorizar tarefas simples, manter a atenção por mais de alguns minutos ou até mesmo perceber o que fez durante todo o dia. E sabe o que muitos especialistas estão apontando como uma das principais causas disso? O uso excessivo de telas, especialmente do celular.

Pode parecer exagero, mas esse comportamento está sendo chamado de “brain rot” — ou, numa tradução livre, cérebro podre. Um termo forte, mas que ajuda a dar nome ao que está acontecendo com a nossa saúde mental e cognitiva.

“Brain rot” é uma expressão usada para descrever o impacto negativo do consumo excessivo e passivo de conteúdo digital no cérebro. É como se a nossa mente fosse sendo “enfraquecida” por estímulos demais e profundidade de menos. Quanto mais tempo passamos rolando telas, menos nosso cérebro treina atenção, memória, reflexão , criatividade e outras funções cognitivas importantes.

Você já percebeu que, depois de muito tempo mexendo no celular, se sente mais cansada, irritada ou confusa? Isso não é à toa. Estudos mostram que o excesso de telas pode prejudicar:

 

    • A atenção (você se distrai com facilidade, e se acostuma a isso)

    • A memória (esquece o que ia fazer, mesmo há 2 minutos, devido ao excesso de informações)

    • O sono (a luz da tela bagunça o relógio biológico, prejudicando a liberação do hormônio do sono)

    • E até a saúde emocional (mais ansiedade, comparação, angústia, isolamento, compulsões, solidão, depressão, etc.)

Vamos entender isso melhor: Imagine que sua mente é como um jardim. Para as plantas crescerem, elas precisam de luz, espaço e tempo. Mas se você planta e replanta 200 sementes por minuto, mexendo na terra o tempo todo, nada cresce direito. O vício em telas faz extamente isso com o nosso cérebro: muitos estímulos, pouco tempo de silêncio, hiperestimulação. Resultado? O terreno mental vai se desgastando.

Pesquisas recentes apontam que:

O uso exagerado de celulares está associado a problemas de atenção, dificuldade de concentração e até alucinações e agressividade em adolescentes, que em casos mais graves podem gerar ideações suicidas.

O termo “brain rot” foi eleito a palavra do ano por sua relevância no impacto da internet sobre a cognição. O que nos preocupa imensamente é como isso tem sido normalizado, e ignorado pelas pessoas.

Médicos têm observado mudanças físicas no cérebro de pessoas que passam muitas horas por dia em redes sociais, com redução da matéria cinzenta em áreas ligadas à memória e tomada de decisão. Agora imagine o quanto isso pode impactar em nossas vidas, já que tomamos microdecisões o tempo todo, desta formas as decisões do dia a dia ficam comprometidas.

Todos os dias, mesmo sem perceber, tomamos dezenas de pequenas decisões: levantar na primeira tentativa ou apertar o soneca, beber água ou mais um café, responder com paciência ou no impulso, dar atenção ao que o filho esta falando ou olhar as notificações do celular, olhar para dentro ou seguir no automático.

Essas microdecisões parecem pequenas, quase invisíveis, mas, somadas, definem como nos sentimos, como nos relacionamos e como construímos nossa história.

Elas são como tijolinhos: isoladamente, podem parecer pouco. Mas juntas, constroem o caminho por onde a nossa vida caminha, as microdecisões são a base da construção de qualquer objetivo. Com a capacidade de reflexão diminuida, tendemos a decidir mal, a deixar tudo pra depois, procrastinando e adiando coisas importantes da vida, e o pior, sem se dar conta disso. Isso se torna uma bola de neve.

Como sair desse ciclo? Aqui vão três passos simples, que podem ajudar:

 

            1. Estabeleça limites reais: deixe o celular fora do quarto, use o modo “não perturbe” em horários fixos e tenha momentos do dia sem tela. Estabeleça horário para uso do seu celular, isso vale para você e principalmente para seus filhos que são os mais afetados.

           2. Substitua parte do tempo online por algo que te alimente de verdade: leia, caminhe, cozinhe, brinque com os filhos, escreva. Essas atividades nutrem seu “jardim mental”, todos nós precisamos de uma valvula de escape, nosso momento de descompressão.

           3. Diminua o ritmo: pratique o uso consciente da internet. Ao invés de rolar sem pensar, pergunte: O que extamente estou buscando aqui? Isso está me fazendo bem? Exclua páginas que te fazem sentir mal, evite comparações, o ambiente virtual e absolutamente manipulável, priorize-se, consuma apenas aquilo que contribui na sua vida.

Talvez a tela esteja te roubando mais do que tempo: ela pode estar drenando sua energia, sua clareza, sua presença. A boa notícia é que sempre dá pra recomeçar. Reduzir o uso, repensar hábitos e reconectar com a vida fora da tela é um presente que você pode (e merece) se dar.

 

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       Dra. Débora Rocha
✨ INSTITUTO DÉBORA ROCHA DE PSICOLOGIA

 

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